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passar para o conteúdo passar para a navegação pt en fr vou lá visitar cara a cara afroscreen a ler mukanda palcos cidade jogos sem fronteiras ruy duarte de carvalho corpo o teatro em estado de sítio estamos em 2018 e não deixa de ser desconcertante que esta obra só apareça agora. haverá para tal muitas justificações mas a incapacidade de lidar com a história colonial - que deveria desde há muito ter sido investigada pelo seu avesso - constituiu um obstáculo epistemológico na academia e nos meios artísticos e culturais embalados “para entrar para a europa”, o que teve como consequência esquecer a áfrica colonizada, o mais recalcado dos temas colectivos de portugal. palcos 25.07.2018 | por antónio pinto ribeiro a invenção do campo português embora hoje impere a ideia de que a imagem que se vende de portugal e, por arrasto, do portugal rural, é politicamente neutra, é curioso notar as semelhanças desse portugal com o país promovido pelo estado novo. mas, mesmo que atribuamos a essa retórica uma neutralidade ideológica, continua a ser possível uma leitura política dessa representação apolítica e da forma como nela são tratadas as tradições e as “gentes”, que, tal como os lugares que habitam, supostamente ainda não foram corrompidas pela civilização. (...) portugal saltou do "orgulhosamente sós" para "o segredo mais bem guardado da europa", até chegar ao boom turístico. mas o campo foi sempre uma paisagem ideológica. a ler 20.07.2018 | por bruno vieira amaral "descobertas" colonialidades da memória uma das mais importante descobertas a que o projeto do museu das “descobertas” poderia conduzir seria, assim, a perceção de que os usos da linguagem não são inocentes e de que a gramática da memória tem sempre muito mais a ver com o presente do que com o passado – a perceção, em suma, de que, em toda esta controvérsia, o que está em questão não e simplesmente o que fomos, mas sim o que somos e, sobretudo, o que queremos ser. a ler 14.07.2018 | por antónio sousa ribeiro o encontro nacional dos combatentes: "talvez nesta cerimónia devessemos ouvir apenas os clarins" quarenta e quatro anos depois do final da guerra, o 10 de junho, para os antigos combatentes que o comemoram em belém, é, acima de tudo, o dia em que se reencontram aqueles que um dia combateram juntos em áfrica para homenagearem os seus companheiros que por lá morreram. em 2018 este encontro repetiu-se pela 25ª vez. repetiu-se a cerimónia inter-religiosa. proferiram-se discursos. leu-se a mensagem enviada pelo presidente da república marcelo rebelo de sousa que se encontrava nos açores a comemorar o outro 10 de junho. adriano moreira não discursou, mas encontrava-se entre os convidados de honra que, todos os anos, prestam esta homenagem aos combatentes. a ler 13.07.2018 | por fátima da cruz rodrigues ver com um olho aprender da história significa sabermos quando um acto não pode ser repetido e, se for, quando devemos torcer o nariz; não significa ter sensibilidade para as circunstâncias temporais e culturais que justificam certos actos. significa, isso sim, ter uma ideia bem clara das razões que devem levar todo o indivíduo sensato a condenar uma acção ainda que ela, aos olhos de quem a praticou, ou do tempo em que ela foi praticada, faça todo o sentido. aprender da história significa reforçar o compromisso com o que sabemos hoje distanciando-nos do que aconteceu ontem. mukanda 10.07.2018 | por elísio macamo o cativante esplendor literário de germano de almeida é nessas incursões históricas, nessas narrações, nessas falas, a mais das vezes pejadas e investidas de ironia e revestidas de muita mordacidade e sátira do verbo sempre livre e bem-humorado, intrinsecamente pluralista do escritor, que se vaza, se entretece e se mostra em toda a sua plenitude sociocultural e político-ideológica e no seu cativante esplendor literário o olhar policlínico de germano almeida. a ler 03.07.2018 | por josé luís hopffer almada conflitos de memóra : o "bairro africano" de berlim este esforço, todavia, só pouco a pouco vai conseguindo trazer o tema à memória pública, no que, sem dúvida, a relutância das instâncias oficiais em tematizar adequadamente este capítulo da história alemã tem uma boa quota-parte de responsabilidade. em 2016, uma iniciativa parlamentar tendente ao reconhecimento oficial da responsabilidade pelo genocídio dos herero e nama, foi rejeitada pela maioria dos deputados. o relatório elaborado pelos “serviços científicos” do bundestag, um órgão com funções de assessoria e emissão de pareceres sobre matérias levadas ao debate parlamentar, concluía, baseando-se numa perspectiva estreitamente jurídica, do ponto de vista da qual apenas são aplicáveis as normas vigentes à época, que as acções do exército alemão não violaram o direito internacional cidade 03.07.2018 | por antónio sousa ribeiro a praça lumumba em bruxelas: um lugar de memória controverso ao fim e ao cabo, a questão da descolonização na cidade de bruxelas, e por extensão na bélgica, possui uma componente geracional inegável. enquanto as lutas pelo reconhecimento de um outro discurso, afastado da dinâmica paternalista das gestas do rei leopoldo ii e dos benefícios da colonização, provêm essencialmente de homens e mulheres (congoleses e belgo-congoleses) das segundas e terceiras gerações, as reivindicações de quem se recusa a reconhecer a figura de lumumba como um actor legítimo da história da descolonização são maioritariamente feitas por pessoas que viveram “em carne e osso” a experiência colonial. cidade 03.07.2018 | por felipe cammaert état de lieux: frança 2018, o debate sobre o passado colonial a vontade de se discutir criticamente a história francesa é ainda minoritária. é possível observar discussões sendo feitas no mundo universitário, com encontros e congressos, mas a memória coletiva precisa de um debate público de qualidade que é ainda muito incipiente e genericamente desinformado, apesar do dito desejo do governo atual de reparar os destroços. as fraturas estão expostas e ainda não foram tratadas, apenas remediadas. a ler 29.06.2018 | por fernanda vilar a esquerda dividida por junho de 2013 e a possibilidade de construir novas conexões no brasil, em outros contextos, parte da esquerda tentava opor classe e diferença e isso está muito preso no debate político nacional. o que, a meu ver, nos ajuda a pensar é o seguinte: a classe sempre foi preta, a classe sempre foi mulher, a classe sempre foi indígena. o conceito de multidão pode nos ajudar a entender justamente isto: como essas questões se colocam, ou seja, muitas vezes ficamos nos opondo a questões que estão muito mais conectadas. inclusive, os adversários dos “de baixo” percebem isso. a ler 28.06.2018 | por jeantible não a um museu contra nós! a ausência das nossas perspetivas nas instituições nacionais e nas discussões públicas está naturalizada e normalizada, rasurando-nos enquanto sujeitos históricos e enquanto contribuidores por excelência para a edificação da sociedade portuguesa nas suas diferentes vertentes. excluídos do corpo nacional, assistimos a uma disputa pela memória que reforça a glorificação da ideologia colonial e reifica o lusotropicalismo, que continua bem presente, apesar da derrota política do fascismo e do advento da democracia, com a “revolução dos cravos” de 1974. mukanda 27.06.2018 | por vários declaração de guerra 1 a um, que estava muito ferido, eu disse: “a tropa não te pode fazer nada, o que queres antes de morrer?” ele pediu água, eu disse ao soldado para ir buscar água mas fiz-lhe um sinal para não ir, não seria necessário. peguei na espingarda-metralhadora fbp, que não era fiável, fiz um disparo para o matar, mas saiu ao lado. disse ao soldado: “ó 235, mata o indivíduo”. o soldado encostou-lhe a mauser à testa e matou-o. a partir daqui, fiquei a pensar que não o devia ter feito, mas por outro lado o indivíduo não se podia safar, morreria à mesma… mukanda 24.06.2018 | por vasco luís curado rama em flor 2018 - festival comunitário, feminista, queer